A visita de Bolsonaro ao Nordeste que causou tumulto e repercussão
Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro visitou diversos municípios do nordeste, na primeira viagem após se recuperar da Covid-19.
Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro visitou alguns municípios do nordeste, na primeira viagem após se recuperar da Covid-19. Na quinta-feira (30), o presidente esteve em São Raimundo Nonato, no Piauí, para participar de uma cerimônia e causou tumulto no aeroporto local. Bolsonaro montou em um cavalo e tirou a máscara para falar com apoiadores. Além disso, tocou na mão de algumas pessoas e pegou um microfone para falar com a multidão.
As práticas vão contra as medidas de prevenção ao coronavírus preconizadas por autoridades de saúde e representam o descumprimento do decreto estadual em vigência no Piauí, que determina uso obrigatório de máscaras. A desobediência está sujeita a multa.
O presidente visitou outros municípios do Piauí e também foi para a Bahia. A viagem coincidiu com a confirmação de contaminação por Covid-19 da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A informação foi divulgada na quinta-feira (30) pelo Palácio do Planalto. Por meio de nota, a Presidência disse que o estado de saúde dela é bom e que ela seguirá “todos os protocolos estabelecidos” para tratamento da doença.
Repercussão das visitas e aglomerações
No final de semana, uma visita de Bolsonaro ao Rio Grande do Sul e também gerou tumulto. Sem máscara, o presidente acenou para o público e cumprimentou apoiadores ao chegar em Bagé. Para se aproximar das pessoas, chegou a colocar máscara, mas causou empurra-empurra entre o grupo. Depois, seguiu para a inauguração de uma escola.
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As ruas do entorno do local foram bloqueadas para o trânsito de veículos e a circulação de pessoas foi limitada, o que não impediu que apoiadores procurassem espaço para ver o presidente; muitos estavam sem máscara. A aglomeração de pessoas era uma das preocupações das autoridades de saúde locais. Uma equipe acompanhou a movimentação e cobrou o uso do acessório, previsto em decreto. Agentes também distribuíram álcool em gel e checaram a temperatura dos presentes.
Enquanto isso, o Brasil acumula quase 95 mil mortes por coronavírus, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. O número de casos da doença chegou a 2.733.735 nesta segunda-feira (3).
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.