Destituição do presidente da Câmara de Rosário ainda repercute

Após renúncia coletiva dos componentes da mesa, Câmara cumpre Regimento Interno e afasta Elton Lima
Da redação
Ainda repercute nos bastidores da política sergipana e, particularmente, no município de Rosário do Catete, a perda prematura do mandato de presidente do Legislativo ocupado pelo vereador Elton Lima (PSD), após uma série de desencontros e aparente falta de habilidade para lidar com os meandros da política.
Rosário, situado a menos de 40 quilômetros de Aracaju, foi um dos municípios mais cobiçados do Estado de Sergipe pelos políticos durante anos, em função de suas riquezas minerais que traziam muito dinheiro de royalties para os cofres públicos.
Hoje, apesar de viver outra realidade econômica, fato que exigiu uma reformulação por parte do Executivo Municipal, como a implantação do planejamento estratégico, as parcerias público-privadas e a captação de recursos, a ganância pelo poder só cresce.
Dito isso, nas últimas semanas, o que chamou a atenção da mídia foi o imbróglio que se abateu na Câmara de Vereadores, com os atos praticados pelo ex-presidente Elton Lima, dentro de sua agenda política visando às eleições de novembro próximo.
A capacidade de Elton de desagradar sua própria equipe de mesa levou à renúncia de três ocupantes, fato que, em vista de previsão regimental, implicou na perda do cargo em caráter definitivo.
Elton exerceu o seu livre direito de ampla defesa, mas perdeu a causa na primeira e na segunda instâncias da Justiça, o que aponta para a inconsistência dos atos praticados durante o seu mandato, e a lisura do procedimento administrativo da Câmara que o afastou.
Atropelos na gestão – Elton Lima, segundo o ex-prefeito Laércio Passos (PT), desrespeitava a Lei de Responsabilidade Fiscal ao comprometer aproximadamente 80% da receita para pagar a folha dos servidores. Enquanto a dívida com fornecedores está em torno de R$200 mil reais. Laércio estranha a conduta e afirma: “Não sabemos como um presidente de nível superior estava administrando uma casa com um orçamento tão pequeno se comparado com a Prefeitura e tinha uma organização administrativa dessa”.
A reportagem do CinformOnline esteve no município de Rosário, nesta semana que passou, e procurou ouvir pessoas direta ou indiretamente envolvidas no abalo, pata trazer mais esclarecimentos à população.
Conversando com o atual prefeito, Etelvino Barreto, que sofreu seguidos pedidos de impeachment, que se revelaram inconsistentes, ele traçou um panorama dos acontecimentos que marcaram as atenções da população rosarense.
Sobre o que ocorreu – “Fui vereador por cinco mandatos. Fui presidente da Câmara por duas legislaturas. Por sinal, quem lançou a minha candidatura para a segunda legislatura foi a própria oposição… ganhei pra prefeito em 2009 e este é meu segundo mandato agora. O que está acontecendo com o presidente da Câmara é uma verdadeira loucura! Ele mesmo foi na FAN [rádio] e confessou. Elton abastecia o carro dele e o do assessor com combustível da Câmara. Os vereadores, cansados com este e outros tantos desmandos, entraram com mandado de segurança e agora se reuniram”.
Como se deu o afastamento – “Tá na Lei Orgânica e tá no Regimento Interno, três da mesa renunciando, o presidente, automaticamente, perde o mandato e assim foi feito né. O novo presidente tomou posse na quinta-feira, Manoel Santana. Enfim, a história praticamente é esta. O Elton é aliado de Monteirinho (atual Vice-prefeito) e César (Cesar Resende, ex vice-prefeito na gestão do cunhado dele, Laércio Passos, e pré-candidato a prefeito)”.
Outro vereador ressurge – Para completar a temporada, o vereador Alex (PT) retoma a cadeira dele. Anteriormente cassado, ele agora reassume. Assim, volta a ser suplente a vereadora Roseni.
Sobre os autores que protocolaram o pedido de impeachment contra o prefeito Vino: Luciana, que é de Rosário, mas mora no Rio de Janeiro e Paulo, conhecido por “pastor Paulo”, motorista e/ou assessor direto de Monteirinho.
Motivação era eleitoral: Quando surgiu a notícia, Elton Lima deu uma entrevista na FAN FM (rádio), dizendo que não via motivos para o impeachment, mas ia passar pela apreciação da assessoria jurídica para ver se o pedido seria colocado em votação.
Ainda segundo o ex-prefeito Laercio Passos, em entrevista ao Portal Hora News, a estratégia deles era afastar o prefeito Vino, Monteirinho (vice) assumia, depois pedia afastamento e o Elton assumiria.
Na entrevista coletiva, o CinformOnline gravou a fala de Delson Leão, atualmente vereador suplente, que parece deter os detalhes do acontecimento:
A história desde o início – “Tudo começou no dia em que Elton tomou posse. Ele, na verdade, foi um presidente que surpreendeu todo mundo, no sentido de fazer tudo ao contrário que um presidente já fez, né… Ele foi eleito por uma
bancada diferente, porque, normalmente, ou é eleito pela situação ou pela oposição, mas nesse momento a câmara tem três bancadas, tem a de Vino (Etelvino Barreto), a de Laércio e a de Monteirinho, Wagner e companhia limitada. Então, ele foi eleito com a composição de duas “bancadas”, a de Vino e a de Laércio. Por conta disso, ele podia até desagradar a um, mas não aos dois. O presidente da Câmara não deve querer governar, então a colheita dele foi agora, os grupos que o elegeram agora retiraram, houve a renúncia da mesa e pronto, não tem volta”.
Sobre o problema do combustível – “A questão do combustível ele precisou abastecer o carro dele porque o carro da Câmara estava quebrado e ele abasteceu o caro dele e o do assessor, o que gerou uma denúncia e ele não colocou no plenário. Ele só fez isso por ordem judicial, mesmo assim recorreu na primeira e segunda instâncias e não acabou. Então, a Câmara de Rosário foi diferente de todas as que eu já acompanhei e nunca vi essa situação de desmantelo. Infelizmente, o comentário é muito negativo e Elton, o culpado foi ele mesmo”.
Explicando melhor a perda do mandato – “A queda dele, essa saída, ele tem que entender que não tem mais condições. Foram os eleitos com ele para a mesa e os mesmos três pediram a renúncia, antes bastavam dois, mas agora são três. Essa manobra não foi política, ele procurou isso. O sentimento da raiva, se você alimentar ele vai uma hora reagir. Então quem vivia dizendo ‘o prefeito vai cair’, esse problema caiu pra cima dele e o prefeito continua administrando, porque não se pode agradar a gregos e troianos”.
De onde partiu o sinal para a reação – “Deixe eu dizer uma coisa, olha em 2017 ou 2018 a mesa já tentou renunciar, o próprio Elton tentou renunciar à mesa quando Amélia era presidente, para fazer parte da bancada de Vino, ele, George disseram que iam renunciar, mas o regi

Fonte: Jornal Cinform

Redação O Norte
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