Com ocupação dos leitos de UTI à beira do colapso, Belivaldo sinaliza frear retomada da economia e até fechar atividades liberadas

Com ocupação dos leitos de UTI à beira do colapso, Belivaldo sinaliza frear retomada da economia e até fechar atividades liberadas

O governador do Estado, Belivaldo Chagas (PSD), afirmou nesta segunda-feira (5), que o Plano de Retomada da Economia pode ser adiado e que anunciará na sexta-feira (10) o fechamento de algumas atividades comerciais já liberadas. Esse recuo acontece após a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede pública ultrapassar os 80% e se aproximar de um colapso, como já ocorre na rede privada, que hoje tem 123% de ocupação. A superlotação nos leitos de UTI reflete na explosão do número de casos confirmados pela covid-19, são 30.217 pessoas infectadas, sendo que, nos últimos sete dias, foram computados 6.443 novas contaminações, uma média de 920,43. Já o número total de óbitos é de 798.

“As informações
que recebo no dia a dia são mais que suficientes para dizer que não há nenhum
motivo para que a gente faça reunião amanhã para anunciar qualquer coisa. Se
necessário for, faremos uma reunião na sexta-feira (10), para discutir a
possibilidade de fechamento de algumas atividades. Portanto, reunião agora,
como anunciei anteriormente, só nos dias 13 e 14. Vou continuar analisando os
números até essa quarta e quinta feira e se houver necessidade, a gente faz uma
reunião para anunciar o que vai fechar e não mais abrir”, diz Belivaldo.

O governador disse que, se a população colaborar e se
houver leitos de UTI suficientes à disposição, o Plano será continuado. “Se
tudo correr bem e a gente conseguir abrir esses 18 leitos até esta
quinta-feira, quero crer, que poderemos continuar como está com relação ao
funcionamento do comércio. Caso contrário, poderemos anunciar o fechamento de
alguns setores, porque realmente não está havendo colaboração, as pessoas estão
indo para ruas como se nada estivesse acontecendo e muitos não estão nem usando
máscara. O Estado está fazendo sua parte, mas há limites. O Governo tem se
dedicado, diariamente, e já abrimos leitos muito além do previsto inicialmente,
mas a dificuldade é grande. Podemos chegar a 233 leitos de UTI só para
tratamento de coronavírus, quando nossa meta anterior era 211”, reforçou.

Belivaldo faz questão de afirmar que, nos últimos dois
meses, o Governo de Sergipe já ampliou em mais de 400% os leitos de UTI
exclusivos para a Covid-19. “Nós tínhamos, em 1º de maio, 46 leitos de UTI só
para coronavírus e 150 leitos de enfermarias. No dia 1º de junho, ou seja, 30
dias depois, passamos para 120 leitos de UTI e também aumentamos o quantitativo
de enfermarias para 254. Na sequência de ampliação de leitos, chegamos, em 5 de
julho, com 188 leitos de UTI exclusivos para pacientes com a Covid-19 e 357
leitos de enfermaria. Um incremento de 498% com relação aos leitos de UTI
exclusivos em dois meses e 238% com relação a leitos de enfermaria. É um
trabalho que a gente vem fazendo há muito tempo e com muita dedicação para que
a gente consiga ampliar, cada vez mais, o número de leitos para assistência à
população”, disse.

MP’s

Na última sexta-feira (3), o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do
Trabalho (MPF) e o Ministério Público do estado de Sergipe (MP/SE) apresentaram
requerimento de urgência à Justiça Federal para que o estado de Sergipe
apresente justificativa para autorizar atividades não essenciais sem
observância da taxa máxima de 70% de ocupação de leitos de UTI da rede pública
destinados a pacientes com covid-19. O critério é previsto no Plano de
Reabertura de Atividades iniciado no último dia 29 de junho.

Além disso, a petição requer que o estado justifique a
não inclusão da rede privada no cálculo da taxa de ocupação de leitos de UTI
utilizada como critério para reabertura das atividades. O questionamento leva
em consideração a saturação das vagas de UTI para pacientes com covid-19 nos
hospitais particulares divulgada nos boletins diários da Secretaria de Saúde.

Fonte: Correio de Sergipe

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