Auxílio emergencial em 2021? Bolsonaro fala da expectativa do governo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a negar uma nova prorrogação do auxílio emergencial em 2021. Entenda a razão.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a negar uma nova prorrogação do auxílio emergencial em 2021. Ele afirmou que o governo federal não aguenta continuar a pagar o benefício e que uma retomada poderia levar ao aumento da taxa de juros e da inflação.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da TV Band.
Segundo o presidente, os nove meses de pagamento do auxílio não foram feitos com recursos em caixa e sim com endividamento, de aproximadamente R$ 700 bilhões.
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Pressão por auxílio emergencial aumenta
O atraso na vacinação contra a Covid-19 e a nova alta de casos da doença em alguns estados tem aumentado a pressão por uma alternativa ao programa de transferência de renda.
Com isso, os candidatos à presidência da Câmara dos Deputados têm se mostrado favoráveis ao benefício.
Para Bolsonaro, entretanto, a taxa de juros da economia, que chegou a 2% ao ano, pode voltar aumentar, assim como a inflação. Ele também afirmou que os brasileiros na faixa etária abaixo de 50 anos podem trabalhar “sem problema nenhum” em relação à pandemia.
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Segundo o presidente, idosos e pessoas com morbidades é que deveriam se cuidar, o restante precisa “continuar a trabalhar”. Em dezembro, mês da última parcela do auxílio emergencial, 69 milhões de brasileiros estavam cadastrados para receber o benefício.
A parcela da população corresponde a desempregados, trabalhadores informais, autônomos e beneficiários do Bolsa Família. No Cadastro Único, antes do auxílio emergencial, havia 75 milhões de inscritos. O número chegou a 122 milhões em 2020.
O Ministério da Economia afirma que a maior preocupação é encontrar espaço no Orçamento para mais benefícios. A avaliação do ministro Paulo Guedes é que não há espaço e que a alternativa possível é a edição de uma medida provisória (MP) com crédito extraordinário.
Uma das ideias do governo é ampliar a rede de proteção social em 2021 com uma reformulação do Bolsa Família.
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse que a nova versão teria um reajuste dos valores pagos às famílias e mudanças nos critérios de elegibilidade dos beneficiários.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.