Bahia registra déficit de 1,5 bilhão na receita por conta do novo coronavírus
A Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA) divulgou um estudo sobre a receita bruta dos últimos três meses, que mostra que a Bahia perdeu R$ 1,5 bilhão.
A Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA) divulgou um estudo sobre as receitas brutas dos últimos três meses. O levantamento mostra que a Bahia perdeu R$ 1,5 bilhão entre abril e junho de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os valores somam as arrecadações com impostos, taxas e transferências estaduais.
Apesar do alto déficit, o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório, acredita que o valor ainda não revela a totalidade dos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus na economia baiana. Para ele, a falta de ajuda federal pode agravar o problema.
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Vitório afirmou que o pacote de ajuda federal diminuiu seu alcance, conforme as discussões entre congresso e equipe econômica, o que pode dificultar ainda mais a situação que os Estados já vinham enfrentando antes da crise econômica ligada à crise de saúde.
Perdas perdas de receita na Bahia
Uma das arrecadações que mais sofreu déficit foi do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ligado ao comércio. O valor foi de R$ 1,02 bilhão a menos em relação a 2019. O Fundo de Participação dos Estados também sofreu uma defasagem de R$ 395,8 milhões.
Em contrapartida, as despesas não param de subir. De acordo com a Sefaz, os gastos já somam R$ 812,5 milhões e há mais despesas projetadas para as próximas semanas, chegando a R$ 877 milhões. Os setores que mais geraram gastos foram: Saúde, Educação, Administração Penitenciária, Justiça e Direitos Humanos, Administração e Segurança Pública, incluindo polícias Militar e Civil e Corpo de Bombeiros.
Segundo o secretário, todos os órgãos do governo precisarão fazer um esforço muito grande nos próximos meses para que os compromissos econômicos sejam cumpridos. Em Salvador, a prefeitura estuda retomar as atividades nesta semana, dependendo das taxas de ocupação das UTIs e leitos para tratamento de Covid-19.
O prefeito ACM Neto disse que o plano de flexibilização do comércio será iniciado se a cidade atingir a taxa de ocupação de 75% dos leitos de UTI e manter o índice por cinco dias seguidos.
O último boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) mostra que a Bahia tem 122.169 casos confirmados da doença e 2.861 mortes, desde o início da pandemia. A capital Salvador acumula 46.550 confirmações e 1.540 óbitos.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.