Nathália, filha do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, transferiu mais de 150 mil para a conta do pai
Nathália Queiroz repassou a maior parte de seu salário para o pai, Fabrício Queiroz, durante o período em que trabalhou para Jair Bolsonaro.
Ex-assessora parlamentar de Jair e Eduardo Bolsonaro, a personal trainer Nathália Queiroz, repassou a maior parte de seu salário para o pai, Fabrício Queiroz, durante o período em que trabalhou no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro.
Além disso, informações de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgadas pelo Globo, em março do ano passado, apontam que Nathália transferiu quase 80% de seu salário entre junho e novembro de 2018.
De acordo com revelações da Folha de S. Paulo, a partir dos dados bancários de Nathália, entre janeiro de 2017 e setembro de 2018, foram transferidos R$ 150.539,41 para a conta de seu pai. O valor é equivalente a 77% do que recebeu na Câmara dos Deputados no período.
Um relatório do Coaf apontou que entre 2016 e 2017 Fabrício Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão. O documento mostrou ainda que Nathália realizou repasses ao pai no valor de R$ 97,6 mil ao longo de 2016, quando ainda era assessora de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
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Ademais, Nathália trabalhou entre agosto de 2011 a dezembro de 2016 como assessora parlamentar no gabinete de Flávio. Antes disso trabalhou desde 2007 a 2011 na vice-liderança do PP, comandada também por Flávio Bolsonaro.
Em síntese, promotores apontam que Nathália repassou ao menos 82% dos seus ganhos ao pai, Fabrício Queiroz, de 2007 a 2016.
O que dizem as defesas sobre os repasses de Nathália
Por meio de nota, a defesa de Queiroz alegou que os repasses feitos pela filha ocorriam para “centralização das despesas familiares na figura do pai”. Já a presidência da República não quis comentar o caso.
MP-RJ investiga esquema de rachadinhas
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga Fabrício Queiroz pela prática de rachadinhas -que é quando servidores devolvem parte dos salários aos parlamentares ou secretários que os nomearam- na Alerj.
Queiroz foi preso em junho. Contudo, a partir de decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, foi concedida prisão domiciliar.
A defesa de Queiroz protocolou ainda um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Distribuído ao ministro Gilmar Mendes, solicitando a revogação da prisão domiciliar com o intuito que ele fique sem nenhuma restrição em sua liberdade.
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