UFBA sofrerá corte de 30 mi em 2021 e terá o menor orçamento da última década
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) corre o risco de sofrer um corte de R$ 30 milhões no orçamento para 2021.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) corre o risco de sofrer um corte de R$ 30 milhões no orçamento para 2021. A diminuição representa 18,32% a menos em relação a 2020 nas despesas discricionárias, que incluem custos com a manutenção da universidade e assistência estudantil. O valor total vai cair de R$ 163.309 milhões para R$ 133.385 milhões.
O orçamento é menor do que o de 2011, quando a universidade recebeu R$139.503 milhões do Ministério da Educação (MEC). A UFBA já acumula reduções orçamentárias por três anos consecutivos. Em nota, o MEC justificou o corte pela crise econômica causada pela pandemia do coronavírus.
Menor orçamento da década na UFBA
A Pró-reitoria de Planejamento e Orçamento (Proplan) informou que o valor representa um regresso orçamentário de 10 anos. Na época, a instituição tinha menos alunos, menos professores e menos espaço físico. A Proplan também explicou que a diferença de R$ 30 milhões equivale a três meses de despesas administrativas.
Segundo a universidade, o número de cursos de graduação e pós-graduação cresceu 9,5% entre 2013 e 2019, totalizando 243 opções. O total de alunos aumentou em quase 40% na comparação com 2010; na pós-graduação o crescimento chega a quase 80%.
Além disso, a área construída aumentou 750%, o que corresponde a 23 mil metros quadrados a mais de 2015 para 2019. Na produção científica, o número de publicações teve um acréscimo de 120% desde 2010.
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Os valores das despesas discricionárias incluem manutenções na estrutura dos campi; contas de água, luz e internet; serviços de limpeza e segurança; custos de auxílios aos estudantes, além de atividades de pesquisa e extensão. A UFBA oferece mais de 20 tipos de assistência que beneficiam mais de 8.865 dos 44.658 estudantes, ou seja, quase 20% da comunidade discente.
A pró-reitora da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae), Cássia Maciel, destaca a importância das políticas de auxílio. Segundo ela, 70% dos estudantes possuem renda familiar per capita abaixo de um salário mínimo e meio. Deste grupo, 60% são compostos por mulheres e a maioria por mulheres negras, o que demonstra o impacto social promovido pela universidade.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.