População jovem é a mais afetada pelo desemprego na pandemia, segundo estudo

FGV Social divulgou pesquisa onde aponta que os jovens são a parcela da população mais afetada pelo desemprego na pandemia.

Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) divulgou pesquisa onde aponta que os jovens são a parcela da população mais afetada pelo desemprego na pandemia. Dados levantados do segundo trimestre de 2020 mostram que brasileiros com idade entre 18 a 24 anos alcançaram a taxa de 29,7% de desempregados – enquanto a população, no geral, atingiu 13,3%. 

População jovem é a mais afetada pelo desemprego na pandemia, segundo estudo (Fotos Públicas/Agência Senado)

População jovem é a mais afetada pelo desemprego na pandemia, segundo estudo (Fotos Públicas/Agência Senado)

De acordo com o estudo realizado entre os dois primeiros semestres deste ano, os jovens de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos foram os grupos que perderam 34,2% e 26% da renda, respectivamente.

Antes disso, entre 2015 e 2019, os brasileiros de 15 a 19 anos são os que tiveram o maior recuo na renda entre 2015 e 2019, com queda de 24%, entre os de 20 a 24 anos, a perda foi de 11%; mostrando que a recessão vinha afetando brasileiros nessas faixas etárias, mas que a pandemia da Covid-19 ajudou a agravar o cenário.

Segundo publicação do portal Estadão Conteúdo, o desemprego é historicamente mais alto entre os jovens, mas a distância entre a média do País e a registrada entre eles aumentou entre 2015 e 2016, e nunca mais voltou ao nível anterior. O portal cita estudos que mostram que o mercado de trabalho no início de carreira pode comprometer salário desses profissionais por toda sua trajetória, se for precário.

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Antes de 2015, a diferença da taxa de desemprego apontada entre esses grupos e a população brasileira no geral era de 8,3 pontos porcentuais, em 2017, chegou aos 14,2 pontos; nos anos seguintes passou a se recuperar lentamente. Agora, durante a pandemia do coronavírus, a marca alcançou 16,4 pontos percentuais de diferença.

Um dos pontos levantado pelo Estadão que poderiam ser a justificativa para esse recorte, é de que, em meio a uma crise, pessoas com alguma bagagem profissional acabam topando trabalhar por salários inferiores, passando a ocupar vagas que, inicialmente, seriam destinadas aqueles que acabam de concluir os estudos.

Futuro pessimista

O Estadão traz dados da consultoria Tendências em que apontam para um crescimento fraco do PIB (Produto Interno Bruto) na próxima década, o que pode impactar no mercado de trabalho, que responderá de forma gradual.

“O desemprego vai ficar mais alto no ano que vem, prevemos 15,7%, com pessoas que hoje estão fora do mercado começando a procurar ocupação. Para o mercado dos jovens, não vislumbramos um cenário otimista”, disse o economista Lucas Assis, da Tendências, ao Estadão.

Programas de incentivo no combate ao desemprego

Apesar do quadro desanimador, o jornal também aponta para possíveis soluções que poderiam ajudar a melhorar o cenário, como- até mesmo – a pendemia. A quarentena imposta pelo coronavírus tem acelerado a transformação digital das empresas e os jovens têm mais facilidade para lidar com essa nova economia.

Incentivos fiscais, por parte do governo federal também poderia ser usado como apoio – o incentivo fiscal permitiria que mais empresas destinassem recursos a projetos de formação profissional, bem como programas como o Formare, da Fundação Iochpe; eles oferecem formação profissional a jovens em situação de vulnerabilidade por meio de parcerias com empresas.

“Uma coisa que poderia ajudar bastante seria uma lei de incentivo fiscal para a educação, como temos para o esporte e para a cultura. Existe essa necessidade porque os colégios não estão preparados para apoiar o jovem na transição entre a saída das escolas e a entrada no mercado de trabalho”, diz o presidente da Fundação Iochpe, Cláudio Anjos. 

Louise
Escrito por

Louise

Jornalista graduada pela FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação). Foi repórter do site MigraMundo e Startupi, atuou na comunicação de ONG e em assessoria de imprensa. Atualmente trabalha como jornalista freelancer e redatora do Jornal O Norte.

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