Depois de briga entre equipe e Bolsonaro, governo determina novo valor do auxílio emergencial
Depois de alguns embates, a equipe econômica de governo chegou a um valor reduzido do auxílio emergencial até o fim do ano: R$ 300.
A equipe econômica de governo chegou a um valor reduzido do auxílio emergencial até o fim do ano: R$ 300. O pedido veio do presidente Jair Bolsonaro como condição para aprovar a prorrogação do benefício. O valor ainda não foi divulgado oficialmente e deve ser anunciado pelo presidente amanhã (1º de setembro).
Com isso, o programa Renda Brasil será suspenso e deve ficar para um segundo momento. Bolsonaro sinalizou que queria mais tempo para debater o novo benefício, candidato a substituto do Bolsa Família. A equipe econômica deve apresentar novos cálculos para a decisão final, considerando o limite de teto de gastos.
Prorrogação do auxílio emergencial
A possibilidade de estender o benefício até o final do ano já vinha sendo estudada há alguns meses. Atualmente, 65,4 milhões de brasileiros estão com cadastro aprovado para receber o auxílio emergencial. O dinheiro é destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados durante o período da pandemia do novo coronavírus.
A ideia inicial seria pagar mais três parcelas aos beneficiários, mas com um valor menor, para evitar o rombo nas contas públicas. Para isso, será necessário pedir autorização ao Congresso Nacional, que o aprovou como lei com o valor de R$ 600.
No sábado (29), Bolsonaro afirmou que o benefício terá um valor intermediário, pois representa “pouco para quem recebe e muito para quem paga”. Até o momento já foram pagos R$ 145,9 bilhões, de acordo com a Caixa Econômica Federal. A projeção é de que mais de R$ 203 bilhões saiam dos cofres públicos até o final do ano, sem considerar a prorrogação.
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O benefício foi criado em abril por iniciativa do Congresso no valor de R$ 600. As parcelas seriam pagas por três meses. O principal objetivo era ajudar brasileiros em situação de vulnerabilidade financeira a atravessarem a econômica desencadeada pela pandemia.
Os pagamentos têm sido operacionalizados pela Caixa, em calendário escalonado para evitar aglomerações nas agências. Atualmente, mais de 90 milhões de pessoas estão recebendo as parcelas por mês. Inicialmente, o dinheiro é depositado em conta poupança digital e a liberação para saques e transferências ocorre em datas posteriores.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.