Eleições 2020: Pela primeira vez na história do Brasil, candidatos negros são a maioria nas urnas
TSE informa recorde de candidatos negros nas Eleições 2020, pela primeira vez em toda história eleitoral brasileira.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, cerca de 272 mil candidatos a cargos de vereador e prefeito são negros. É a primeira vez que o Brasil passa ter negros em sua maioria nas eleições 2020.
No último sábado (26), os candidatos finalizaram as inscrições das chapas no processo eleitoral. A eleição de 2020 contará com 49,9% de pessoas negras a maior porcentagem já registrada, em relação a todas as candidaturas oficializadas.
Desde 2014, o TSE registra dados referentes a diversidade de raças. Neste ano, os brancos não são maioria e no Brasil todo, foram registrados 271 mil candidaturas de pessoas pretas e pardas.
260,6 mil são candidatos autodeclarantes brancos, totalizando 47,8% da eleição. Em 2018 os brancos representavam cerca de 52,4% de todos os concorrentes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresenta que Brasil tem cerca de 56,2% de pessoas que se autodeclaram negras.
Porém, mesmo estando na frente, o negros não são maioria nos cargos mais importantes, isso porque pessoas brancas ainda estão em maioria para candidatos a prefeito e vice-prefeito.
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Partidos com sua maioria negra nas eleições 2020
Também foram divulgados os dados informando os partidos que se representam em sua maioria com pessoas negras.
Em destaque está o Partido Unidade Popular (UP), que tem 70% de todas as candidaturas representado por pessoas negras. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) também fica em destaque contando com 51,5% de representatividade negra.
Outros partidos com maioria negra;
- Solidariedade com 55,3%
- Republicanos com 53,4%
- Partido do Trabalhadores (PT) com 56%
- Partido Trabalhista Cristão (PTC) com 58%
- Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com 60,4%
As fontes podem ser acessadas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais, destaca que o recorde pode ser explicado pelas manifestações em favor das causas raciais que ocorreram ao longo deste ano “Neste ano, especialmente, também temos visto a questão racial ganhar espaço na mídia e no debate público tanto no Brasil quanto fora. Há uma reação ao governo federal, que tem adotado posturas que podem ser consideradas racistas ou que levam os negros a não se sentirem representados”, diz Cristiano Rodrigues
Larissa Luna é graduanda em Psicologia pela Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE) e graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Como universitária, estuda analises de pesquisas feitas a partir de conceitos sociológicos e antropológicos em paralelo com a Psicologia. Atualmente dedica-se a redação do Jornal O Norte.