Eleições: Confira a lista de cidades onde SÓ mulheres disputam o cargo de prefeita
Nas eleições 2020, 33 cidades brasileiras tiveram apenas candidatas mulheres na disputa pela prefeitura. Confira as localidades.
Nas eleições 2020, 33 cidades brasileiras tiveram apenas candidatas mulheres na disputa pela prefeitura. O número representa apenas 0,6% dos municípios. Em contrapartida, 62% das cidades tiveram apenas homens como candidatos a prefeito. Os dados foram analisados pelo portal Universa e tiveram como base o banco de dados de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A maioria dos municípios apenas com mulheres concorrentes está no Nordeste, sendo 22 cidades de sete estados diferentes. As outras estão nos três estados da região Sul, dois da região Norte e em um do Centro-Oeste, Goiás. Estes municípios são pequenos ou médios. O menor deles é São José do Brejo da Cruz, na Paraíba, com apenas 1,8 mil moradores; o maior é Camocim, no Ceará, com 64 mil.
Destaques das gestões femininas nas eleições 2020
No município de São Cristóvão do Sul, em Santa Catarina, duas candidatas concorreram à prefeitura, Ilse Leobet (PSDB) e Sandra Cassul (PP), sendo que a primeira foi eleita no último domingo (15). Atualmente, a cidade já tem uma prefeita mulher: Sisi Blind (PP). Ela foi a primeira a ocupar o cargo.
No Nordeste, o município de Olinda Nova do Maranhão, foi um dos únicos a registrar três candidatas mulheres, segundo o TSE. A cidade maranhense de 15 mil habitantes é atualmente governada por um homem. Conceição Cutrim (PDT) foi eleita no primeiro turno. Ela já foi prefeita do município entre 2009 e 2012.
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Para a cientista política Hannah Maruci Aflalo, co-idealizadora do projeto A Tenda das Candidatas, que estimula a participação feminina na política, explica que uma disputa apenas entre mulheres ainda é vista como um fato inusitado. Segundo ela, muitas cidades só tivemos candidatos homens brancos por séculos e isso não causou estranheza.
Hannah também destaca que uma característica incomum nas disputas entre candidatas é atacar as adversárias, o que geralmente acontece quando há preponderância masculina. Nas eleições 2020, os partidos foram obrigados a indicar o mínimo de 30% de mulheres filiadas para concorrer no pleito. A cota foi aprovada na Lei das Eleições e passou a valer este ano.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.