“Eu não posso investir 100% na Aliança pelo Brasil”, afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre novo partido
O presidente Jair Bolsonaro admitiu estar negociando a entrada em outros partidos, na última semana, depois de nove meses sem filiação.
O presidente Jair Bolsonaro admitiu estar negociando a entrada em outros partidos, na última semana. Depois de nove meses de desfiliação do PSL, o presidente continua sem partido. Sobre a criação da própria legenda, ele disse que não pode apostar todas as fichas na Aliança pelo Brasil e revelou que até pode se reconciliar com o partido pelo qual se elegeu em 2018.
A declaração foi feita durante sua live semanal nas redes sociais. Bolsonaro também afirmou que tem recebido convites e precisa analisar outros partidos. “Três presidentes já me convidaram para conversar, o Roberto Jefferson do PTB e outros dois”, disse, sem revelar nomes.
Bolsonaro explicou ainda que a expectativa para a criação do novo partido, Aliança pelo Brasil, era para este ano, mas isso não deve se concretizar. A ideia era reunir simpatizantes do bolsonarismo em uma só legenda, mas a meta foi tratada como “difícil” pelo próprio presidente, idealizador do partido.
Bolsonaro sinaliza retorno ao PSL
O presidente afirmou que mantém contato com a maioria dos deputados da bancada do PSL no Congresso, o que poderia facilitar o retorno à antiga legenda. Ele também afirmou que pretende apresentar justificativas aos seguidores que estão trabalhando para coletar assinaturas para a criação do Aliança pelo Brasil.
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Até o final de julho, o novo partido havia conseguido apenas 3% das 490 mil assinaturas necessárias para o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo representantes, o processo ainda está em andamento e reúne mais de 200 mil apoiadores. O vice-presidente do Aliança, Luís Felipe Belmonte, afirmou que o interesse de outros partidos em Bolsonaro ocorre na esteira da aprovação do governo e aproximação com as eleições municipais, mas garante que o partido estará pronto até 2022.
Depois das declarações, o presidente do PSL, Major Olímpio, refutou a fala de Bolsonaro e disse que “não quer ele nem pintado de ouro”. O senador acredita que os membros do PSL não aceitarão o retorno. Para ele, é uma reconciliação impossível. “Mais fácil o PSL aceitar a filiação do Lula”, complementou.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.