Governo anuncia queda do preço do arroz até final de setembro
O governo brasileiro decidiu liberar uma cota 400 mil toneladas para a importação de arroz livre de tarifas, confirma o diretor da Conab.
O governo brasileiro decidiu liberar uma cota 400 mil toneladas para a importação de arroz livre de tarifas. A medida deve aliviar os preços do produto, que atingiram patamares recordes, e criar um novo teto para a cotação máxima do grão no mercado interno.
Para o diretor presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos, a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) vai gerar efeitos no mercado brasileiro a curto prazo, mas não vai comprometer as margens dos produtores.
Governo anuncia que importação pode aliviar o preço do arroz nos mercados
Com a alta interna, indústrias já têm buscado o grão fora do país com tarifas de 10% para o produto em casca e 12% sobre o valor do beneficiado. Para Bastos, o alívio das cotações deve devolver uma boa margem de lucro aos produtores de arroz.
A Conab continua mantendo a previsão de aumento para a próxima safra, que deve ser colhida em março de 2021. De acordo com as estimativas do órgão, a área deve ser ampliada em 12%, chegando a 1,9 milhão de hectares, e a produção em 7,2%, com 12 milhões de toneladas de grãos.
Na safra 2019/2020, cuja colheita ocorreu no início deste ano, a previsão de exportação foi mantida em 1,5 milhão de toneladas, que representa 10% a mais do que a temporada anterior. A estimativa de importações foi de 120 mil toneladas, o que representa queda de 19,8% em relação à safra anterior.
Leia mais: Pós-pandemia: Empresas pretendem contratar mais neste último trimestre.
Mesmo com a redução de tarifas anunciada, a Conab espera que a balança comercial da atual temporada termina com superávit de aproximadamente 400 mil toneladas. No acumulado de março a agosto, o superávit registrado é de 883,2 mil toneladas.
De acordo com o boletim divulgado ontem pela Conab, nos próximos meses, a importação de arroz deve chegar a 671,6 mil toneladas e a exportação deve ser de 188,4 mil toneladas.
O presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Ronaldo dos Santos, afirmou que o custo da matéria-prima ainda não foi totalmente repassado ao consumidor, apesar da alta dos preços. Segundo ele, se a saca de arroz se mantiver em R$ 100 nos próximos meses, o valor final pode passar dos R$ 30 conforme os estoques forem renovados.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.