‘Placar do Impeachment’ analisa proximidade da derrota de Bolsonaro
Um perfil no Twitter inaugurou o “placar do impeachment”, com o posicionamento dos deputados sobre o afastamento de Bolsonaro.
Um perfil no Twitter inaugurou, na sexta-feira (15), o “placar do impeachment”, com o posicionamento dos deputados sobre o afastamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A contagem foi divulgada em meio à pressão que o governo federal tem sofrido pela postura em relação à pandemia.
O placar mostra como os deputados votariam se o impeachment fosse hoje. A última atualização, divulgada no domingo (17), mostra 106 deputados favoráveis ao impedimento e 42 contrários. Outros 365 deputados não se posicionaram sobre o assunto.
Pressão por impeachment aumenta
O ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à presidência da República, Fernando Haddad (PT), tem instigado os internautas a cobrarem um posicionamento dos parlamentares. No sábado (16), ele divulgou uma lista de e-mail dos deputados, também pelo Twitter.
Na mensagem, afirmou: “Sem impeachment, haverá muito mais mortes. Mais 100 mil? 150 mil? No ritmo atual, algo dessa ordem. Cada dia importa! O Congresso precisa se reunir já!”. Ele incentiva os seguidores a pressionar os parlamentares a participarem da enquete.
Outros políticos, como a deputada federal Tabata Amaral (PDT) e a vice-governadora de Pernambuco (PCdoB), também se manifestaram a favor da ação.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não acatou nenhum dos 61 pedidos de impeachment que recebeu até agora.
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A conta autora do placar no Twitter é intitulada @sos_impeachment e existe desde 2019.
Para analisar os resultados, eles monitoram as redes sociais dos deputados, cobrando àqueles que ainda não se manifestaram sobre o tema. Para Maia, decisão cabe ao seu sucessor, escolhido em fevereiro.
Por enquanto, o Congresso está em recesso e qualquer discussão de novos temas vai depender das eleições. Além disso, segundo Maia, uma eventual discussão sobre a situação política de Bolsonaro depende de um consenso de partidos.
Na sexta-feira, diversas cidades do país registraram panelaço contra o presidente. O ato foi convocado pelas redes sociais e aplicativos de mensagens e o principal motivo foi a falta de oxigênio para pacientes internados no Amazonas.
As manifestações foram registradas em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador, Florianópolis, São José dos Campos, Belém, Recife, Porto Alegre e no Distrito Federal.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.