Políticos defendem impeachment e população organiza carreata contra Bolsonaro
Autores de pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro estão aumentando a pressão pela abertura do processo.
Autores de pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro já protocolados na Câmara estão aumentando a pressão pela abertura do processo. Ao longo de seu mandato como presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) engavetou mais de 60 pedidos. A população organiza passeatas a favor da saída de Bolsonaro.
Outros políticos de oposição também estão pressionando o deputado, principalmente depois do colapso da saúde em Manaus, no Amazonas, e no atraso para o início da vacinação. Na última semana, foram realizados panelaços contra o presidente em diversas regiões do país.
No sábado (23), deve haver uma carreata em defesa do impedimento, no Recife. O evento é organizado pelo PT.
Alguns parlamentares pernambucanos se posicionaram sobre o impeachment, principalmente nas redes sociais, todos de partidos de oposição, como PSB, PT e PDT.
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A deputada federal Marília Arraes (PT) defendeu o a abertura do processo contra o presidente nas redes sociais e afirmou que não há transparência por parte do governo federal.
O deputado federal Wolney Queiroz (PDT), repercutiu nas redes a última fala de Bolsonaro sobre a ditadura. “Ou agimos agora ou o Brasil além de mergulhar no caos, afundará nas sombras”, escreveu.
No PSB, não há consenso. O deputado federal Danilo Cabral (PSB), já cobrou a abertura do processo por meio da hashtag ‘impeachment urgente’.
O colega de partido Felipe Carreras discorda de uma discussão sobre o assunto neste momento e diz que o foco deve estar na vacinação contra a covid-19. A opinião se aproxima das justificativas de Maia sobre o engavetamento dos pedidos.
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O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB) também se posicionou a favor do impeachment e disse que Bolsonaro ”desrespeita” a Constituição Nacional.
A decisão sobre o processo ficará para o próximo presidente da Câmara, que será eleito no início de fevereiro.
Caso o impedimento seja colocado em votação, seriam necessários ao menos dois terços de votos favoráveis, ou seja, 342 deputados.
Se aprovado na Câmara, o processo segue para o Senado. A escolha do novo presidente da Congresso será um fator decisivo para o seguimento.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.