Rodrigo Maia adia impeachment e diz que futuro de Bolsonaro está nas mãos de sucessor
Pressionado pela oposição, Rodrigo Maia afirma que um possível processo de impeachment contra Bolsonaro está nas mãos de seu sucessor.
Pressionado pela oposição e por campanhas em redes sociais, Rodrigo Maia afirma que um possível processo de impeachment contra Jair Bolsonaro está nas mãos de seu sucessor. O presidente da Câmara dos Deputados deve sair do cargo no próximo mês, quando ocorrem novas eleições da Casa.
O candidato apoiado por Maia é Baleia Rossi (MDB-SP), que também tem o apoio de 11 partidos. O principal adversário é Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo Palácio do Planalto e por nove legendas. Outros cinco deputados também se candidataram à presidência da Câmara.
Leia mais: Flávio Bolsonaro diz que não tomará vacina contra Covid-19 e explica motivo
Abertura de impeachment depende do Congresso
Maia tem sido cobrado por partidos, empresários e integrantes do Judiciário sobre a omissão do governo federal em relação à pandemia, principalmente com a situação do Amazonas.
A pressão pela abertura do processo de impeachment aumentou ainda mais por parte da oposição.
O parlamentar afirma que um pedido de impeachment não depende dele, pois o Congresso está em recesso. Além disso, qualquer discussão depende da eleição de seu sucessor.
Segundo ele, uma eventual discussão sobre a situação política de Bolsonaro depende de um consenso de partidos.
Leia mais: Conheça os candidatos à presidência da Câmara dos Deputados
Os deputados Capitão Augusto (PL-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG), Alexandre Frota (PSDB-SP), André Janones (Avante-MG) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) também anunciaram suas candidaturas à presidência da Câmara. A previsão é de que a votação ocorra no início de fevereiro.
Nesta semana, os deputados vão definir se a sessão será presencial ou híbrida (presencial e remota), em razão da pandemia.
A votação é secreta, por isso os parlamentares não precisam necessariamente seguir a orientação das siglas. Enquanto isso, o Palácio do Planalto monitora o ambiente político.
Nos bastidores, assessores presidenciais têm mantido conversas com membros do Judiciário e até com Rodrigo Maia, para sondar o clima.
A principal cobrança é em relação à falta de definição de um plano claro de vacinação e da resolução do colapso no sistema de saúde de Manaus.
A avaliação do governo é de que o risco de insatisfação da população pode aumentar se não houver uma resolução rápida dos problemas.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.