TCU confirma controle do Ministério da Cidadania no cadastro de quem recebe auxílio emergencial
O Ministério da Cidadania vai passar a verificar a lista de beneficiários do auxílio emergencial mensalmente. A determinação veio do TCU.
O Ministério da Cidadania vai passar a verificar a lista de beneficiários do auxílio emergencial mensalmente. A determinação veio do Tribunal de Contas da União (TCU), que pretende aumentar o rigor na atualização de recebedores e excluir do cadastro quem deixa de ter direito ao benefício, no caso de ter conseguido emprego formal, por exemplo.
Uma estimativa aponta que o total de pagamentos indevidos do auxílio pode chegar a R$ 42 bilhões. O custo mensal do programa de transferência de renda, criado pelo governo em decorrência da crise provocada pela pandemia do coronavírus, é de aproximadamente R$ 51 bilhões.
Controle pode evitar fraudes no auxílio emergencial
O ministro Bruno Dantas explicou que a atualização precisa ser feita pelo Ministério da Cidadania mês a mês para verificar quem está inserido no mercado de trabalho formal e garantir que deixe de receber o pagamento.
De acordo com o TCU, o cadastro de beneficiários do auxílio emergencial soma 66,9 milhões de pessoas. As cinco parcelas previstas até agora têm um custo previsto de R$ 254 bilhões. O Governo Federal estuda prorrogar o benefício até o final do ano, com pagamentos de menor valor.
O Ministério da Cidadania informou em nota que as atualizações também vão auxiliar nas penalidades às pessoas que receberam parcelas indevidas. Segundo o texto, a margem de erro do auxílio emergencial é de 0,44%, ou seja, o percentual de acerto é de 99,56%.
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O ministro também informou que até o mês de junho 1,31 milhões de benefícios já foram excluídos por irregularidades, o que corresponderia a R$ 1,46 bilhão pago de forma indevida. Até o dia 1 de agosto, mais de 110 mil pessoas devolveram valores do auxílio de forma voluntária, totalizando R$ 104,2 milhões.
Além disso, o ministro lembrou que ainda há brasileiros que se enquadram nos critérios do programa e não conseguiram acessar e receber o pagamento. Uma auditoria do TCU estima que o número seja de 3,3 milhões de pessoas. Um novo calendário de pagamentos foi divulgado nesta semana e pode ser consultado no site da Caixa.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.