Filho 01 do Presidente, Flávio Bolsonaro, quebra o silêncio e afirma sua relação com o ex-assessor Fabrício Queiroz
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu, pela primeira vez, que o ex-assessor Fabrício Queiroz pagava as suas contas pessoais.
Em entrevista exclusiva concedida nesta quarta-feira (5) ao jornal O Globo, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu, pela primeira vez, que o ex-assessor Fabrício Queiroz, do antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), pagava as suas contas pessoais.
De acordo com o parlamentar, a origem dos recursos é lícita, ou seja, sem relação com os possíveis desvios investigados em seu antigo gabinete na Alerj.
O ex-assessor é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por um suposto esquema de rachadinha — quando os servidores devolvem parte do salário recebido — no gabinete de Flávio na Alerj.
Ademais, Queiroz foi alvo de uma operação do MPRJ com a Polícia Civil no dia 18 de junho e está em prisão domiciliar por suspeita de participação no esquema. O policial militar aposentado estava em Atibaia (SP), em um imóvel de Frederick Wassef, então advogado da família Bolsonaro.
Confira a entrevista de Flávio Bolsonaro ao Jornal O Globo
O senhor é investigado em um inquérito sobre “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio, e o MP (Ministério Público) descobriu que Fabrício Queiroz, que foi seu assessor parlamentar, pagou despesas suas com plano de saúde e mensalidades escolares de filhas. Como explicar isso?
Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?
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Mas por que tantos assessores do seu gabinete deram dinheiro para o Queiroz durante anos?
Ele fez um posicionamento junto ao MP esclarecendo essas questões. Disse que as pessoas que faziam os depósitos na conta dele eram da chamada equipe de rua. Queiroz afirma que pegava o dinheiro para fazer a subcontratação de outras pessoas para trabalharem em redutos onde ele tinha força. Sempre fui bem votado nesses locais. Talvez tenha sido um pouco relaxado de não olhar isso mais de perto, deixei muito a cargo dele. Mas é óbvio que, se soubesse que ele fazia isso, jamais concordaria. Até porque não precisava, meu gabinete sempre foi muito enxuto, e na Assembleia existia a possibilidade de desmembrar cargos. Outra coisa importante: mais de 80% dos recursos que passaram pelo Queiroz são de familiares dele. Então, qual o crime que tem de o cara ter um acordo com a mulher, com a filha, para administrar o dinheiro?
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