‘Surtos arrogantes e ameaças de intervenção’ diz ministro do TSE sobre atitude de Bolsonaro
Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, ressaltou o autoritarismo do Presidente durante uma reunião online do Congresso
Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, ressaltou o autoritarismo do Presidente durante uma reunião online do Congresso nesta segunda (17).
O Ministro Edson Fachin fez a abertura de um congresso online sobre Direito Eleitoral nessa segunda-feira (17) e afirma que as eleições de 2018 trouxe uma onda de autoritarismo para todo o país.
Para ele, é preciso que a democracia seja protegida hoje para que a eleição presidencial de 2022 não seja comprometida.
O Ministro ainda afirmou :
“O presente que vivenciamos, além de efeito da pandemia, também está tomado de surtos arrogantes e ameaças de intervenção. E, por isto, infelizmente, o futuro está sendo contaminado de despotismo”.
Ele chamou a atual situação do Brasil de “recessão democrática”. E continua:
“Os elevados índices de alienação eleitoral e a fragilidade do apoio positivo a forma democrática de governo tem demonstrado que, inequivocamente, vivemos uma recessão democrática“.
Os atritos de Bolsonaro com o STF
O Governo Bolsonaro tem criado vários atritos com o Supremo Tribunal Federal, do qual Fachin é ministro.
Algumas declarações do Presidente são contrárias às decisões dos ministros. Como, por exemplo, a fala dele sobre a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal.
Como justificativa para o embargo da nomeação, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmou que houve um desvio de finalidade, porque, segundo Moraes, o presidente pretendia se valer do cargo para coletar informações.
Em maio, o presidente afirmou que “ordens absurdas não se cumprem”, referindo-se à ação da polícia contra a Fake News, o qual cumpriu mandados de busca e apreensão contra aliados do Presidente Bolsonaro, são eles blogueiros e empresários.
Novamente, o Ministro Alexandre de Morais foi alvo de críticas por parte do presidente, porque foi ele quem autorizou tal ação.
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Também em maio, o ministro-chefe do gabinete de segurança institucional Augusto Heleno divulgou uma nota pedindo que a Procuradoria-Geral da República se manifestasse sobre um pedido de apreensão dos celulares de Bolsonaro e de seu filho. Ele afirmou que se houvesse um parecer favorável a ação, “consequências imprevisíveis” poderiam surgir.