5G: Bolsonaro entra em conflito com Anatel e dispara que não quer ninguém ‘dando palpite’
O presidente Jair Bolsonaro assumiu a responsabilidade sobre decisão da implementação de Internet móvel de quinta geração (5G) no Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro assumiu a responsabilidade sobre decisão da implementação de Internet móvel de quinta geração (5G) no Brasil. Segundo ele, não vai ter “ninguém dando palpite”. O leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre as novas frequências de telecomunicações foi adiado para 2021 por causa da pandemia.
Por enquanto, apenas um aparelho de celular está habilitado para a frequência no Brasil e as operadoras fazem testes usando a própria frequência do 4G. A definição dos parâmetros do leilão é de responsabilidade da Anatel. O órgão possui independência administrativa e autonomia financeira, segundo a Lei Geral de Telecomunicações.
Embates sobre implantação da tecnologia 5G
Os conflitos sobre a consolidação da tecnologia 5G envolvem questões de segurança nacional, espionagem e privacidade de dados. Nestes casos, as medidas envolvem a inteligência do governo e a própria Presidência da República. Bolsonaro afirmou que dialoga com autoridades do próprio governo e com outros países para avaliar os prós e contras dos modelos disponíveis, apesar de afirmar que não aceitará palpites.
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Ele aproveitou a oportunidade para comentar sobre a produção de um suposto dossiê do Ministério da Justiça e Segurança Pública contra movimentos antifascistas. Para Bolsonaro, o Brasil é uma potência e precisa de um sistema de inteligência robusto para trabalhar. Além disso, tem a tecnologia 5G pela frente.
O debate sobre o 5G é mundial e envolve questões tecnológicas e disputas ideológicas, econômicas e até de segurança nacional. O tema figura no centro da guerra comercial entre Estados Unidos e China, por exemplo. A nova tecnologia possibilita conexões 10 vezes mais rápidas que o 4G e é considerada fundamental para a chamada internet das coisas, pois permite a automatização de casas, veículos e objetos.
A empresa chinesa Huawei é uma das principais detentoras de patentes no 5G e enfrenta restrições nos Estados Unidos e na Inglaterra. A companhia vem sendo acusada de manter ligações com o Partido Comunista Chinês, mas nega envolvimento em qualquer tipo de espionagem.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.