Greve de ônibus no Grande Recife continua? Entenda manifestação dos cobradores e motoristas

Teve início, no Grande Recife, a greve dos motoristas de ônibus que cobram o fim da dupla função de condutores e cobradores. Entenda.

Nesta terça-feira (22), teve início no Grande Recife a greve dos motoristas de ônibus que cobram o fim da dupla função de condutores e cobradores. A paralisação dos terminais provocou aglomerações e dificuldades aos passageiros recifenses. Em nota, o Sindicato dos Rodoviários orienta os profissionais a não irem para as garagens; não há informação do fim da manifestação.

Greve de ônibus no Grande Recife continua? Entenda manifestação dos cobradores e motoristas (Imagem: Alex Oliveira/JC Imagem)

Greve de ônibus no Grande Recife continua? Entenda manifestação dos cobradores e motoristas (Imagem: Alex Oliveira/JC Imagem)

A greve foi iniciada na meia-noite de terça com orientação para que os motoristas se dirigissem à sede do sindicato, além de acompanhar as lives diárias com informativos. A categoria cobra o fim da dupla função, o pagamento de reajuste retroativo de salários, repasse de vales de alimentação, e, ainda, garantia de emprego de seis meses.

“O problema foi provocado pelo governo do estado e pelas empresas, que não cumpriram o que foi acertado. Eles deveriam ter acabado com a dupla função dos motoristas, que coloca em risco a vida da população”, afirmou ao G1 o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.

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De acordo com o G1, garagens e terminais estavam sem coletivos na manhã da segunda (22). Policiais militares foram para a frente de empresas de transporte coletivo para evitar piquetes e manifestações.

O portal informou que a Justiça determinou o mínimo de 70% de circulação do total de coletivos nos horários de pico. Mas, havia poucos veículos nas ruas no início da manhã do primeiro dia de greve.

A Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco) afirmou que 24,18% dos ônibus estavam em circulação por volta das 8h.

Entenda o histórico da greve

A briga trabalhista dos motoristas dos coletivos de Recife contra as atividades de dupla função começou ainda em setembro, quando em menos de duas semanas a categoria organizou atos em ruas e avenidas da capital – também devido às demissões de rodoviários ao longo da pandemia da Covid-19.

Em outubro, os profissionais também paralisaram as atividades pelas mesmas reivindicações, e pedindo a aprovação do Projeto de Lei 05/19, que prevê o fim da dupla jornada para motoristas de ônibus, que passaram a atuar também como cobradores em algumas linhas.

Ainda nesse mês, uma lei que impedia a dupla função de motoristas e cobradores no Recife foi aprovada e publicada no Diário Oficial no dia 31 de outubro, onde também foi publicada uma portaria impedindo a dupla função dos profissionais em toda a Região Metropolitana.

Segundo o G1, essas medidas motivaram o ato realizado no dia 9 de dezembro, quando o Sindicato dos Rodoviários impediu ônibus que não tinham cobrador de saírem de empresas do Grande Recife. 

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A lei aprovada em outubro foi revogada no último dia 14 de dezembro, quando o TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) suspendeu a proibição da dupla função de motorista e cobrador. O portal explica que a Ação Direta de Inconstitucionalidade foi solicitada pela Urbana-PE, e a medida cautelar foi concedida pela Corte Especial do TJPE.

No dia 18 de dezembro, a portaria que proibia o acúmulo de função de cobrador e motorista do transporte público na Região Metropolitana do Recife também foi suspensa pelo Consórcio Metropolitano de Transporte.

O que diz a Urbana-PE

Em carta aberta à população, publicada nas redes sociais da Urbana-PE, a entidade afirma que a greve é ilegal e que todas as cláusulas salariais foram cumpridas, alegando que a norma que previa o acúmulo de função foi suspensa pela Justiça.

Louise
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Louise

Jornalista graduada pela FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação). Foi repórter do site MigraMundo e Startupi, atuou na comunicação de ONG e em assessoria de imprensa. Atualmente trabalha como jornalista freelancer e redatora do Jornal O Norte.

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