Pesquisas indicam menos ‘apadrinhamento partidário’ nestas eleições 2020
As candidaturas para as eleições 2020 estão menos concentradas em grandes partidos, dessa forma com menos apadrinhamento eleitoral
As candidaturas para as eleições 2020 estão menos concentradas em grandes partidos. Um dos motivos é o novo formato, sem a formação de coligações partidárias para o cargo de vereador. No Rio Grande do Norte, há 10,4 mil registros de candidaturas, dos quais 21,55% (2,2 mil) são de dois partidos. Em 2016, este percentual era de 26,47%.
A previsão dos partidos com mais candidaturas é de que o fim das coligações tenha resultados mais favoráveis aos partidos maiores, em razão ao tempo de televisão. Para o presidente estadual do Partido Liberal (PL), deputado federal João Maia, não há justificativa para a existência de 36 partidos no Brasil.
Candidaturas por partido nas eleições 2020 no RN
O partido com a maior quantidade de candidatos no Rio Grande do Norte este ano é o MDB, que concentra 11,68% das candidaturas, com 67 candidatos a prefeito e 56 a vice-prefeito. O segundo é o PSDB, com 9,77% e 57 disputas para cargos de prefeito e 46 de vice-prefeito. Em seguida estão PL, PSB, PP e PT. Os quatros possuem, em média, 7,07% das candidaturas.
Nas eleições de 2016, o PSD, partido do então governador Robinson Faria (2015-2018), liderou o número de candidaturas com 13,95%, seguido pelo PMDB (atual MDB). O PR, DEM, PSB e Solidariedade completavam o grupo com mais candidaturas.
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O PSDB é o partido do atual prefeito de Natal, Álvaro Dias, que também concorre à eleição. No último pleito municipal, ele foi escolhido como eleito vice-prefeito na chapa de Carlos Eduardo (PDT) e assumiu o cargo com a renúncia do pedetista para disputar o governo do estado em 2018. Ele trocou de partido em março deste ano, mas tem apoio do MDB.
A divisão por gênero segue o mínimo estabelecido em lei, que é de 30%, além disso, 5% do Fundo Partidário deve ser reservado a elas. De acordo com a Justiça Eleitoral, 33,7% das candidaturas são de mulheres. As regras valem desde 2018. Já a nova regra voltada para negros determina que os partidos distribuam igualmente a verba entre as concorrentes mulheres negras e brancas e entre homens brancos e negros.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.