Possível venda da Petrobras pode colocar em risco mais de 5 mil empregos no RN
O Governo do Estado se posicionou contra o anúncio e afirmou que a saída da empresa coloca em risco 5,6 mil empregos diretos e indiretos
A Petrobras colocou à venda 26 ativos relacionados à produção de petróleo e gás natural no Rio Grande do Norte. O único projeto restante foi do Campo de Pitu, em alto-mar, que ainda está em fase de estudo de viabilidade de exploração. O Governo do Estado se posicionou contra o anúncio e afirmou que a saída da empresa coloca em risco 5,6 mil empregos diretos e indiretos.
Há quatorze meses, os diretores da Petrobras tinham garantido a permanência da exploração de ativos no estado. A concessão é uma continuidade do plano de desinvestimento em campos terrestres e águas rasas, que começou em 2012. A empresa busca focar recursos na exploração e produção de petróleo em águas profundas e vender ativos para abater uma dívida bilionária.
Como será a venda dos ativos da Petrobras no RN
De acordo com a empresa, os campos serão vendidos em blocos e as propostas dos interessados devem ser entregues até o dia 10 de setembro. O processo completo de venda deve levar de seis meses a um ano. A Petrobras alega que a venda dos ativos não significa a saída do estado, pois os estudos de campos em alto-mar continuam.
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A produção de petróleo nos campos do Rio Grande do Norte é de 23 mil barris por dia. O volume representa menos da metade do que é produzido em um poço de pré-sal diariamente, 50 mil barris. O diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, Roberto Ardenghy, explica que o volume de petróleo produzido em campos terrestres não é mais vantajoso por estratégia da empresa e pode ser alavancado por empreiteiras de menor porte.
A governadora Fátima Bezerra disse que foi surpreendida com a notícia da venda e vai pedir uma audiência com a diretoria da Petrobras em caráter de urgência. De acordo com o governo, a venda dos 26 ativos coloca em risco 5,6 mil empregos diretos, sendo 1,4 mil efetivos e 4,2 mil terceirizados. Além disso, a estatal representa 52% do Produto Interno Bruto (PIB) da Indústria do Rio Grande do Norte.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.