Qual a motivação dos ataques de tubarão serem comuns na praia de Piedade?
Qual a motivação dos ataques de tubarão serem comuns na praia de Piedade? Biólogos e estudiosos pesquisam porquê essa área tem acidentes.
Banhistas das praias de Piedade em Jaboatão dos Guararapes, perguntam-se qual a motivação dos ataques de tubarão serem comuns na praia de Piedade? Biólogos e estudiosos pesquisam porquê essa área tem recorrentes acidentes marinhos. Um dos motivos é a cadeia alimentar marinha na região.
Localizada na região metropolitana do Recife, a praia de Piedade é ponto de lazer e diversão de moradores e turistas. Contudo, o trecho próximo à Igrejinha de Piedade, vem sofrendo diversos acidentes marinhos.
Os banhistas da região registram incidentes com tubarões de um a cada cinco desde a década de 1990. Um dos maiores problemas da região é a infração das regras de proibição de banho nessa região.
Aparentemente, a população segue sofrendo com os ataques, e em menos de 15 dias, dois ataques foram registrados com uma morte e uma pessoa ferida.
Na tentativa de explicar porque essa região tem recorrente presença de animais marinhos como tubarão, o biólogo Leandro Alberto afirma que o local é perigoso por ser ponto de cadeia alimentar dos animais.
“A praia tem uma profundidade de mais ou menos dois a três metros, e logo após, passando por essa faixa, nós temos uma área de um canal que tem a profundidade de 5,5 metros a 6,5 metros, fazendo com que esses peixes maiores, esses tubarões, possam entrar nessa área e se alimentar”, afirma ele em entrevista ao G1 Pernambuco.
Ataques recentes na área resultaram no ferimento de um homem de 32 anos, Everton dos Reis Guimarães foi notificado pelo Corpo de Bombeiros, mas mesmo assim decidiu entrar no mar.
O biólogo Leandro também afirma que os impactos negativos da ação humana na região também contribuem significativamente para que os animais marinhos aproximem-se da faixa de areia.
“É uma área muito povoada, porque a população utiliza para banho, acontece o descarte de lixo, acontece o descarte de matéria orgânica, de latinhas de alumínio, fazendo com que esses animais tenham essa percepção e, como qualquer animal curioso, vá para o banco de areia“, continua.
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Prevenção de ataques de animais marinhos
Apesar dos recentes acidentes, essa realidade não é uma novidade na região. O último caso registrado no dia 10 de julho, resultou na morte de Marcelo Rocha Santos de 51 anos, que teve a mão arrancada e sofreu ferimentos profundos.
Por isso, medidas protetivas foram tomadas pela prefeitura da cidade ao longo do tempo. Reforço na equipe de bombeiros e salva-vidas, placas de sinalização com proibição de banho em determinados locais e fiscalização são algumas providências tomadas.
Contudo, a população local infringe as regras diariamente, o que resulta em drásticos acidentes. As praias do litoral pernambucano são sinalizadas com alertas de ataques e orientações para a população.
Larissa Luna é graduanda em Psicologia pela Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE) e graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Como universitária, estuda analises de pesquisas feitas a partir de conceitos sociológicos e antropológicos em paralelo com a Psicologia. Atualmente dedica-se a redação do Jornal O Norte.