Setor de serviços tem alta de 5% em junho e tenta driblar a onda de retração
O setor de serviços registrou um crescimento de 5% em junho, em comparação com o mês anterior. A pesquisa foi divulgada pelo IBGE.
O setor de serviços registrou um crescimento de 5% em junho, em comparação com o mês anterior. A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostra uma recuperação, depois de quatro meses negativos. A taxa é a segunda maior da série histórica considerada.
Mesmo assim, o resultado ainda não compensa as perdas dos quatro meses anteriores, que chegaram 19,5%, provocadas pela crise econômica em razão do novo coronavírus. O volume de serviços no país segue 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, antes da pandemia.
Setor de serviços acumula retração
O setor de serviços começou a sentir os efeitos da pandemia no final de março e entrou em uma onda de retração nos meses seguintes. De acordo com o IBGE, o índice chegou a 18,6% entre os meses de março e maio.
Com o resultado de junho, o segundo trimestre termina com queda de 15,4%, em comparação aos primeiros três meses do ano. É o maior tombo trimestral já registrado pela pesquisa no setor de serviços desde 2011. Na comparação com o mesmo período de 2019, a queda foi de 16,3% e também representa um recorde histórico.
Leia mais: Envio da proposta de reforma depende da ‘vontade política’ de Bolsonaro, diz Mourão.
Considerando o primeiro semestre de 2020, o volume de serviços caiu 8,3% em relação ao ano passado. O setor mais prejudicado foi o de serviços prestados às famílias, com queda de receita em restaurantes, hotéis, bufê e outros serviços de comida. Confira a variação do volume de serviços em junho, por atividade e subgrupos:
- Transporte aéreo: 58,9%
- Alojamento e alimentação: 17,3%
- Serviços prestados às famílias: 14,2%
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 6,9%
- Salões de beleza, academias, reparos, etc: 4,3%
- Serviços audiovisuais: 4,1%
- Transporte terrestre: 3,6%
- Serviços de informação e comunicação: 3,3%
- Serviços de tecnologia da informação e comunicação: 3,1%
- Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -4,5%
No setor de transportes, o destaque positivo vem do transporte rodoviário de carga, que está retomando a demanda do setor industrial. O transporte de passageiros também tem registrado um avanço expressivo, com a flexibilização das medidas de isolamento social em diversas cidades. Os serviços de transportes aéreos tiveram a segunda alta seguida, de 58,9%. A expectativa do mercado é que a retração da economia em geral seja de 5,62% em 2020.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.