Bolsonaro alfineta Doria sobre início da vacinação contra Covid-19 no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro alfinetou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na primeira declaração após a aprovação da vacinação.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alfinetou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na primeira declaração após a aprovação da vacinação. Na segunda-feira (18), o chefe do Executivo afirmou que o imunizante “é do Brasil, não é de nenhum governador não.”
O recado foi direcionado a Doria após o governador iniciar a vacinação em São Paulo já no domingo (17), minutos depois da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Ministério da Saúde confirmou o início da distribuição das doses para outros estados apenas para segunda-feira (18).
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Rivalidade entre Bolsonaro e Doria cresce com a vacinação
As doses que vão dar início à imunização pelo Brasil são da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
A instituição é ligada ao governo paulista chefiado por Doria, que se tornou um dos principais adversários políticos de Bolsonaro.
Ao todo, são 6 milhões de doses disponíveis para a primeira etapa. Antes da aprovação pela Anvisa, Bolsonaro questionou a eficácia da vacina por diversas vezes.
O presidente chegou a barrar a compra de doses pelo Ministério da Saúde, mas voltou atrás após o fracasso da importação da vacina da Índia.
Em uma rede social, o presidente se dirigiu a CoronaVac como “vacina chinesa de João Doria” e disse que os brasileiros não seriam “cobaia” de ninguém.
Nesta segunda-feira (18), Bolsonaro afirmou que não há mais o que discutir sobre a vacina, pois foi aprovada pela Anvisa.
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Segundo ele, o governo federal vai comprar mais doses se estiverem disponíveis no mercado. A agência também aprovou o uso emergencial da vacina de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o laboratório AstraZeneca.
O Ministério da Saúde havia confirmado a importação de 2 milhões de doses da vacina do laboratório Serum, da Índia, mas os lotes não vieram para o Brasil. O governo indiano negou a liberação do carregamento, pois ainda não havia iniciado a vacinação de sua população.
Por enquanto, não há previsão de quando as doses da vacina de Oxford devem chegar ao Brasil.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.