Governo Bolsonaro gastou R$ 15 mi com leite condensado em um ano; veja outros gastos
O Portal de Compras do Ministério da Economia mostra um gasto de mais de R$ 15 milhões com leite condensado em um ano de governo Bolsonaro.
O Portal de Compras do Ministério da Economia mostra um gasto de mais de R$ 15 milhões com leite condensado em um ano de governo Bolsonaro. O levantamento também aponta gastos exacerbados com outros itens de alimentação. As despesas chegam a R$ 1,8 bilhão.
A quantia é 20% maior em relação a 2019 e chama a atenção pela listagem de produtos.
Chicletes somam R$ 2,2 milhões; molhos, como shoyo, inglês e de pimenta, representam mais de R$ 14 milhões. Pizza e refrigerantes totalizam R$ 32,7 milhões. Os valores foram gastos por órgãos do Executivo.
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Gastos podem levar Bolsonaro à investigação
O Ministério da Defesa foi o que mais acumulou gastos alimentares, de acordo com o levantamento, chegando a R$ 632 milhões em gastos alimentares.
O segundo foi o Ministério da Educação, que gastou R$ 60 milhões e o terceiro, o Ministério da Justiça, com R$ 2 milhões.
As despesas incluem o R$ 6 milhões em frutos do mar, R$ 7 milhões em bacon defumado e mais de R$ 123 milhões em sobremesas diversas. A pasta da Defesa consumiu sozinha R$ 2,5 milhões em vinho.
Em nota, o Ministério da Economia informou que a maior parte dos gastos com alimentos é do Ministério da Defesa, para alimentação das tropas das forças armadas.
A pasta justificou que todas as despesas estão dentro do orçamento da Administração Pública Federal.
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Depois da repercussão negativa com os gastos, o Portal da Transparência do governo federal ficou fora do ar entre a noite de terça-feira (26) e o começo da manhã desta quarta (27).
O site principal do governo federal continuou funcionando normalmente no período, assim como os portais de ministérios.
Os altos valores de compras do Executivo instigaram parlamentares da oposição, que formalizaram uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a abertura de investigação sobre os valores.
Os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) argumentam que a alta nas despesas fere o princípio da moralidade administrativa.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.