Jair Bolsonaro arquiteta mudança no comando do Banco do Brasil
O presidente Jair Bolsonaro estuda alterações na gestão do Banco do Brasil, comandada por André Brandão, depois do anúncio.
O presidente Jair Bolsonaro estuda alterações na gestão do Banco do Brasil, comandada por André Brandão. Uma possível troca na presidência tem sido discutida com o ministro da Economia, Paulo Guedes, após o anúncio do fechamento de agências em todo o país.
A medida faz parte de um projeto de planejamento de reestruturação do banco, mas Bolsonaro teme desgaste político em véspera de ano eleitoral.
A equipe econômica tenta reverter a irritação do presidente e manter Brandão no cargo. Ele foi indicado por Guedes e Roberto Campos Neto, do Banco Central.
Leia mais: FIM do Minha Casa Minha Vida; conheça o Casa Verde e Amarela 2021
Banco do Brasil mantém decisão
O Banco do Brasil informou, na manhã desta quarta-feira (14), que não recebeu nenhum comunicado oficial do governo federal sobre a possível demissão do presidente, André Brandão. A informação foi divulgada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como fato relevante.
A principal irritação de Bolsonaro é que o anúncio de reestruturação do banco tenha ocorrido da definição das eleições para as presidências da Câmara e Senado, previstas para fevereiro. Além disso, ele teria passado a receber telefonemas com reclamações e pedidos de audiência de políticos.
Na segunda-feira (11), o BB anunciou um programa de demissão voluntária para 5 mil pessoas e o fechamento de 361 unidades, sendo 112 agências.
Para a instituição financeira, a reorganização deve trazer uma economia líquida anual de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.
Leia mais: Fechamento das fábricas da Ford: O que muda para a economia Brasileira?
Além das vantagens financeiras, os objetivos são trazer mais eficiência à rede de atendimento, viabilizar recursos para abertura das unidades de atendimento especializado e melhorar a experiência do cliente.
Depois do anúncio, os papéis do BB fecharam em queda de 4,94%, negociados a R$ 37,55.
André Brandão assumiu a presidência do banco em setembro de 2020, ancorado por indicações da equipe econômica de governo. Ele substitui Rubem Novaes em uma situação de turbulência no mercado, mas conseguiu se consolidar à frente da instituição.
Entre os planos de Brandão à frente da estatal estão: prosseguir com a digitalização e aumentar a eficiência do banco. O gestor veio do HSBC, onde atuava desde 2003 como chefe global para as Américas.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.