Veja a influência dos partidos de esquerda nas eleições 2020
Depois das derrotas nas eleições de 2016, partidos de esquerda buscam recuperação no pleito nas eleições 2020 nas principais capitais.
Depois das derrotas nas eleições de 2016, partidos de esquerda buscam recuperação no pleito deste ano. Os resultados das urnas em São Paulo, Rio de Janeiro e em capitais importantes do Nordeste, como Recife, Fortaleza e Salvador vão determinar a força que a esquerda terá a partir deste ano nas eleições 2020 e nas próximas eleições presidenciais.
Em 2016, a derrota esteve centrada no PT, que perdeu 59,4% das prefeituras, passando de 630 para 259. O PSOL também perdeu força, mas conseguiu chegar ao segundo turno no Rio de Janeiro com Marcelo Freixo. PSB e o PDT foram os partidos de esquerda com melhores desempenhos nas últimas eleições municipais.
Disputa da esquerda em locais estratégicos nas eleições 2020
As eleições municipais em São Paulo são o maior indicador das potencialidades dos partidos. O PT governou a cidade entre 2013 e 2016, quando foi derrotado em primeiro turno. Este ano, o candidato do partido é Jilmar Tatto, que tem bases na região sul da capital, mas não apresenta um discurso de renovação.
Guilherme Boulos, do Psol, é mais relevante e tem o apoio de figuras da esquerda como Frei Betto, André Singer, Chico Buarque e Caetano Veloso. Assim, o primeiro desafio da esquerda nas eleições é conseguir recuperar espaço com uma das candidaturas em São Paulo.
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No Rio de Janeiro a situação é diferente, pois a esquerda nunca ganhou força suficiente. O Rio teve hegemonia do PMDB e atualmente representa uma hegemonia do bolsonarismo em aliança com o judiciário. O período pré-eleitoral foi cheio de turbulências, com o afastamento do governador Wilson Witzel (PSC), a transformação de Eduardo Paes em réu e o escândalo dos fiscais do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).
Nas capitais mais importantes do Nordeste, o bolsonarismo perdeu as eleições e a esquerda tem fortes candidatos. Em Salvador, Recife e Fortaleza, o PT é o principal partido. Em Belém, o destaque é para o PSOL e em Recife para o PSB.
A esquerda ainda enfrentará dois grupos de oposição que determinaram sua derrota em 2018: corporações de segurança e grupos religiosos. Nas últimas eleições, candidatos da área de segurança pública se destacaram; a maioria se identifica com o bolsonarismo.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.