Fala de Bolsonaro no Twitter viola regras da plataforma e recebe aviso de ‘fake news’
Um post feito pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter recebeu uma marcação de violação de regras da rede. A postagem é de sexta-feira (15).
Um post feito pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter recebeu uma marcação de violação de regras da rede. A postagem foi realizada sexta-feira (15) e fala sobre um “tratamento precoce” contra Covid-19 sem comprovação médica. A plataforma alerta sobre informações enganosas e prejudiciais.
A medida restringe o alcance do tuíte, mas permite que o mesmo continue no ar.
O post de Bolsonaro diz que “estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid, com antimaláricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização e estão associados à redução da mortalidade”, o que é falso.
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Publicação de Bolsonaro é ligada a ‘fake news’
A rede social marcou o post com um aviso, dizendo que “violou as Regras do Twitter sobre publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19”. A plataforma também ocultou a contagem de curtidas e de compartilhamentos.
A política de uso da rede considera que, se um post de um líder mundial violar as regras, mas houver interesse público em mantê-lo na plataforma, o aviso é utilizado.
Segundo Yasmin Curzi, especialista em Direito Digital da FGV-Rio, os seguidores podem ser levados a procurar informações verdadeiras.
Pesquisadores de diferentes instituições já comprovaram que não há prevenção e/ou tratamento com medicamentos para a Covid.
Diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também consideraram a falta de alternativas terapêuticas para aprovar o uso emergencial de vacinas.
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A reunião do órgão regulador foi realizada no domingo (17) e terminou com a autorização de uso das vacinas Coronavac e da Universidade de Oxford contra a Covid-19.
O Ministério da Saúde informou que a vacinação deve começar nesta quarta-feira (20) em todo o país.
O Twitter já agiu contra postagens do presidente em outras ocasiões. Em março de 2020, tuítes de Bolsonaro foram apagados por violar regras relacionadas a informações sobre a pandemia, como supostas medidas preventivas contra a doença, tratamentos ou curas.
Na semana passada, o Twitter suspendeu as contas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por risco de incitação à violência.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.