MST causou apagão no Amapá? Entenda a polêmica!
A informação de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é responsável pelo apagão que ocorreu no Amapá é falsa.
A informação de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é responsável pelo apagão que ocorreu no Amapá é falsa. Um vídeo que circula em grupos do Facebook e no Twitter mostra um grupo de pessoas destruindo postes de energia. A legenda é “Militantes do MST destruindo uma estação de transmissão no Amapá. Isso a mídia podre não mostra”.
O vídeo foi verificado pelo Jornal Correio e se trata de um caso de 2017, quando um grupo de agricultores invadiu uma fazenda em Correntina, na Bahia, para protestar contra obras de irrigação. Os autores não têm ligação com o MST. As causas do apagão ainda estão sendo investigadas.
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Entenda polêmica do apagão no Amapá
A verificação utilizou uma ferramenta que fotos e vídeos divulgados na Internet e chegou a uma reportagem do G1 de 2017 sobre o caso. A checagem também considerou outras feitas por agências de fact-checking e pesquisou os perfis que associaram o vídeo ao MST. O jornal também consultou o governo do Amapá para questionar as informações.
Em nota, a assessoria respondeu confirmando que o vídeo não foi feito no estado e tratou a publicação como fake news. A assessoria de imprensa do MST também negou qualquer relação com o vídeo e com o apagão, ocorrido no início de novembro deste ano.
Inicialmente, a causa foi um incêndio que atingiu uma subestação de energia em Macapá. Com as danificações no local, um dos transformadores ficou sobrecarregado e não conseguiu suprir os treze municípios da região, que ficaram sem luz por mais de 10 dias. A empresa responsável precisou implantar um racionamento de energia até reparar os danos à rede.
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Na primeira semana após o incêndio, um dos transformadores danificados foi recuperado, o que resultou no restabelecimento parcial da energia. As investigações sobre o que causou o incêndio ainda não foram finalizadas.
Por enquanto, a Polícia Civil detalhou que o incêndio começou de forma interna, em uma bucha. A empresa privada responsável pela unidade, Isolux, vem enfrentando intimações da Justiça Federal para que o apagão seja solucionado e esclarecido.
Mônica Chagas Ferreira é mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Como pesquisadora, estuda Análise do Discurso na perspectiva foucaultiana, contemplando relações de saber, poder e política presentes na mídia. Enquanto jornalista, já atuou em rádios e veículos impressos. Atualmente trabalha como assessora de comunicação e redatora do Jornal O Norte.